O IBVM contribuiu para um bate-papo online com os autores do “Relatório sobre a Situação Social Mundial 2016”. Estes autores dedicaram-se a responder às questões do público com base no tema de não deixar ninguém para trás: o imperativo do desenvolvimento da inclusão. Veja o resumo abaixo.
Utilizando a plataforma do Facebook para incentivar um diálogo online e global, os autores responderam durante uma hora a perguntas sobre a importância de abordar a questão da exclusão social de pessoas vulneráveis.
Aqui estão algumas perguntas e respostas de destaque:
Quais são algumas mudanças governamentais concretas que podem ser implementadas para combater a exclusão baseada no género?
- Mudar as normas e o status quo é complicado.
- O empoderamento das mulheres não deve defender estereótipos de género, por exemplo. aumentar a transferência de dinheiro das mulheres para prestação de cuidados. Em vez disso, os regimes de transferência social deveriam incentivar os homens a participar também na prestação de cuidados.
- Trabalhar com a sociedade civil para usufruir dos direitos aos cuidados de saúde, por exemplo. construir instalações sanitárias adequadas nas escolas ou realizar campanhas de conscientização
Discutir a relação entre exclusão social e desenvolvimento infantil e o papel da intervenção precoce.
- As desvantagens na educação, na saúde, no emprego, na renda etc. são o sintoma da exclusão desses grupos.
- O desenvolvimento infantil quebra o ciclo da pobreza, capacitando-as a contribuir para o crescimento económico.
- A desvantagem e a exclusão social começam entre o nascimento e os 3 anos de idade
A exclusão social é o resultado da “má governação”
- Os governos desempenham um papel importante na abordagem de atitudes que perpetuam a exclusão social.
A discriminação é a causa profunda da exclusão social. O que pode ser feito?
- Adotar legislação em matéria de direitos humanos, com acompanhamento.
- A sociedade civil defende a sociedade de base - modifica o currículo escolar para mudar as atitudes em relação à diversidade.
- A Comissão dos Direitos Humanos, o Tribunal de Justiça Criminal e o PNUD podem desempenhar um papel para acabar com a exclusão.
Milhões de crianças vulneráveis não constam dos dados populacionais. Como podemos ajudar a acabar com esta exclusão social?
- Colmatar a lacuna de dados é um desafio fundamental.
- Esses indivíduos incontáveis e invisíveis às estatísticas são os mais vulneráveis.
- As instituições desempenham um papel importante – enumeração do censo.
- Melhorar o registo de nascimento
Exclusão Económica
- Todos devem ter acesso a cuidados de saúde, educação sustentável e emprego.
- Nem todo emprego e trabalho ajudam as pessoas a escapar da pobreza. Uma economia informal reforça a pobreza.
- Promover o empreendedorismo entre os jovens é essencial.
- As políticas macroeconómicas não devem centrar-se apenas no controlo da inflação, mas devem contribuir para o crescimento económico.
Há uma falta de interseccionalidade no processo de tomada de decisão. Por exemplo, há um movimento vibrante em prol dos produtos orgânicos que supera a questão mais premente das sobremesas alimentares nos EUA. Como podemos fazer com que as vozes das populações vulneráveis participem no processo de tomada de decisão?
- DESA é uma plataforma para a construção de consenso entre a comunidade internacional.
- As instituições e normas que promovem a inclusão e o empoderamento são influenciadas pela sociedade civil, ONG, sindicatos e indivíduos que vivem na pobreza com voz na esfera pública
Como é que a sociedade civil responsabiliza os governos?
- Formação de amplas coligações de vários intervenientes – abordagem pluralista.
- A Internet e as redes sociais são uma ferramenta importante – mobilização social e participação pública.